quarta-feira, 27 de abril de 2016

T-Rex, parte 3

Dessa vez eu realmente estou empolgado com o resultado de um papercraft. Apesar de, pelo que tenho até agora, essa coisa não pareça com nada:



pelo pepakura já praticamente terminei a parte interna do bicho:



e tá realmente parecido com o que deveria parecer! =)

Esse é o resultado das páginas 1 a 4. Até este ponto eu estava conseguindo montar mais ou menos sem o notebook por perto, procurando as peças pelo ID da borda; agora as próximas páginas começam a criar partes bem disjuntas, não faz muito sentido montar nessa sequência. O próximo passo é marcar as dobras de TODAS as páginas que sobraram. Assim, posso buscar pelo ID da borda no PDF (pode ser no note ou no celular até) e montar "expandindo" o modelo a partir da parte interna, sem seguir as páginas. O primeiro passo seria já juntar essa coisa aí com a parte de dentro do nariz, que deixei de fora das fotos.


Agora só falta uma coisa: que nome devo dar pro (provisoriamente) Caveirito?

segunda-feira, 18 de abril de 2016

T-Rex, parte 2

Bom, fim de semana consegui avançar mais uma página. Pela foto, já está tomando forma de... bom, coisa nenhuma:



Mas, segundo o pepakura, já tem uma boa parte da cavidade interna da cabeça:



E aparentemente eu esqueci de fechar uma parte perto do nariz. Pelo menos a página 3 já está toda marcada. Juro que a próxima eu ANOTO as ligações entre as partes... Mesmo com os números eu fico horas catando onde colar.

E segue o baile...

sexta-feira, 15 de abril de 2016

T-Rex, parte 1

Bom, mais um papercraft iniciado, depois de uns 3 não terminados. Mas esse é pra valer =D
A vítima de hoje é essa: http://gedelgo.deviantart.com/art/T-Rex-Skull-Papercraft-480473304

23 páginas, 175 peças, quase 40cm de comprimento.

Ontem foi a página 1:

Vista do Pepakura Viewer

Sim, estou construindo a partir do PDF com a numeração das abas, fica ruim fazer com o note por perto. Sim, por conta disso estou fazendo as dobras no sentido oposto para que não fiquem os números aparecendo (os que estão na foto vão ficar na parte interna). Sim, estou invertendo todas as dobras das peças. Sim, vai tudo se encaixar no final. E provavelmente vai ficar uma trabalho BEM limpo.

Por sinal essa é a segunda vez que faço a página 1, a primeira alguém tacou um livro por cima e achatou tudo. Essa é a vantagem de um modelo branco (ou cinza): da pra reimprimir em casa mesmo. Agora está tudo bem guardado, longe de coisas caindo e mãos curiosas ;-)

Rumo à página 2!


quinta-feira, 14 de abril de 2016

Capitalização

O banco o qual sou cliente é muito rápido. Não perde tempo. Demorou só cinco dias para se dar conta que não recebeu meu e-mail informando um pagamento. Menos de 24 horas depois, agora com o nome limpo, recebo ligação do meu banco (ou alguma empresa terceirizada que agora tem tudo que é dado bancário meu) vendendo um maravilhoso Título de Capitalização!

Este título, segundo a vendedora, é ótimo. Com ele, posso economizar R$200 por mês com facilidade. Posso começar economizando em pequenas cotas de R$40,00, flexível para todos os bolsos. Basta economizar este valor todo mês para manter o título. Notem o abuso da palavra “economizar”. Em nenhum momento a vendedora diz que eu tenho que mensalmente “PAGAR” alguma coisa.

Este maravilhoso Título de Capitalização tem um ótimo rendimento! Após OITENTA E QUATRO meses ECONOMIZANDO a(s) cota(s) do título, posso resgatar 100% do valor aplicado, corrigido mensalmente pela TR, mais uma bonificação de 10% do total ECONOMIZADO. Interessante, vamos aos números:

Depositando o valor de R$200,00 por 84 meses (também conhecido como 7 anos), sem juro nenhum (debaixo do colchão, por exemplo), temos o total de R$16.800. 

A TR mensal média (peguei aqui), de 2000 até 2015, é algo em torno de 0,14%. Ah, mas esse período é grande, deve ter distorcido a média. OK, nos 7 anos de 2009 a 2015, a média foi de 0,068%. Mas vamos ser otimistas, e utilizar a média de 0,14% para o cálculo.

Pela Calculadora do Cidadão do BCB (muito útil por sinal), ao final do período terei economizado R$17.839,45. Ah, tem ainda os 10%: R$19.519,45. E se os 10% forem sobre o economizado, com juros? R$19.623,40.

Agora, apliquemos na Caderneta de Poupança. Pela lei, esta rende incríveis 0,5% ao mês, mais a TR. De volta à Calculadora do Cidadão: R$21.574,42, uma diferença de R$1.951,02. Ops, falha minha, usei a TR de 0,068%. Usando 0,14% da R$22.296,90 e R$2.673,50 de diferença.

Óbvio que, em 7 anos, essa diferença é mínima.

Mas espere, ainda tem os sorteios semanais e mensais! Você pode ganhar R$5.000 por semana, ou R$2.000.000 no sorteio mensal!!!11 Isso, claro, se o número da sorte que você recebe aparecer na críptica maneira de sorteio vinculado à Loteria Federal. Será que o banco é bonzinho o suficiente para dar todos esses prêmios? Até onde eu saiba (me corrijam, por favor), o dinheiro aplicado na Poupança é obrigatoriamente destinado ao crédito imobiliário, que tem sua taxa de juros subsidiada e mantida baixa pelo governo; já o dinheiro que você ECONOMIZA no tal Título de Capitalização, pode ser utilizado pelo banco como ele bem entender, já que não há regulamentação específica (novamente, me corrijam). O banco pode, por exemplo, emprestar pra sua conta corrente ou cartão de crédito a mais de 9% ao mês. Digamos que ele faça isso, numa taxa MUITO amigável de 7% ao mês. Basta ter “emprestado” R$290.000 por um mês a esta taxa. São umas 100 pessoas devendo R$3.000 no cartão de crédito, o que não é incomum. E o prêmio de R$2.000.000? Equivale a 10.000 cartões de crédito estourados. Aplicando uma taxa realista, de 14%? Menos da metade das pessoas. Note o seguinte: não existe garantia de que o prêmio SEMPRE saia. Também não existe punição para o banco caso o prêmio NUNCA saia. Interessante, não? Quase como rifar um burro morto.

E as vantagens não param por aí! Caso você, ECONOMIZADOR, necessite resgatar o valor economizado, poderá fazer isso depois de 6 meses! E poderá resgatar cerca de 34% do valor, aumentando a proporção quanto mais meses economizar! A pergunta é: o que acontece com os outros 66% do valor economizado? Ah sim, desaparece. Como mágica. Ao contrário da Poupança, em que caso você precise sacar o dinheiro, você saca… bem, 100%, literalmente com juros e correção. Quando perguntei à vendedora se fazer meu dinheiro desaparecer não é crime, a linha ficou misteriosamente ruidosa e a ligação caiu. Mistérios…….

Resumindo, é quase uma reversal russa... Na Banânia, quem se capitaliza é o banco.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Tap Titans

Ah, jogo dos inferno!

Semana passada baixei este jogo, estando atrás de um RPG mais interessante. A ideia minimalista me atraiu, tinha gostado bastante do Inflation RPG, mas este prometia uma interatividade ainda mais restrita. Eu sei, isso é algo conflitante para alguém que já jogou The Elder Scrolls & assemelhados, mas fique comigo.

O jogo consiste, inicialmente, num cenário com o herói de fronte a um ameaçador monstro. Toque no monstro, ele toma dano, caem moedas. Oh, moedas são usadas para melhorar o herói! Mas espere, tem mais: você pode usar as moedas para comprar heróis e aumentar o nível deles, e estes irão atacar o monstro sozinhos. Claro, não tem tanta graça. Mas logo os heróis ganharão tanto dinheiro e avançarão tanto que você precisará ajuda-los tocando no monstro o mais rápido possível. E isso não será suficiente, e você acabará alternando upgrades entre você, os heróis, habilidades especiais... Aqui está o grande grau de liberdade: subir o herói mais fraco na expectativa de aquela habilidade do nível 800 faça ele superar os outros? Ou ignorar e subir o herói mais forte, afinal ele fará mais 2 quintilhões de dano por segundo a mais? Também posso investir no personagem, fazer mais dano por toque, e parecer um idiota enfiando quatro ou mais dedos na tela do celular tentando matar aquele chefe em menos de 30s...

O jogo em si é bonito, e cuida bem de vários detalhes. Alguns heróis contratados (são 30!) voam ao redor do monstro e, quando um chefe os mata, fica uma pequena lápide com asas. É traduzido para português e, apesar de eu não gostar de "subir" e de algumas vezes o texto sair para fora do seu container, conta pontos para o desenvolvedor. Apesar de muitos monstros variarem basicamente na paleta de cores, não vai ser na cara deles que você focará. A curva de aprendizado é tranquila, e a matemática envolvida simples, apesar dos enormes números envolvidos.

O grande problema deste jogo é o vício. A curva de ganhos deve ter sido projetada pelo capiroto, porque vai se ajustando perfeitamente aos upgrades disponíveis e ao aumento de força proporcionado. Não bastasse isso, ao reiniciar o jogo e manter algumas vantagens, você vê todo aquele progresso voar na sua frente e você logo chega ao nível anterior umas cinco vezes mais forte. E o ciclo começa novamente...

Um resumo da experiência:
Ritmo - Intenso, prepare-se para desenvolver alguma LER; ou esqueça dos dedos e foque nos heróis.
Violência - Nada feio, algumas espadas e só.
Dificuldade - Extremamente simples.
Tempo de jogo - Reiniciei depois de 5 dias, acho que farei novamente nos próximos. Creio que vou encher o saco em menos de uma semana.
Dedicação exigida - Mínima. Da pra sentar uns minutos e bater nos chefes, e depois deixar umas horas acumulando moedas.
Chance de vício - Alta! O bicho é pior que Candy Crush!

Avaliação do filhote de 4 anos - pegou, bateu um pouco no monstro, achou simples demais e mudou de jogo.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Opiniões quânticas

Creio que a maioria deva conhecer o experimento clássico do Gato de Schrödinger: um gato está em uma caixa, com um aparelho que pode matá-lo instantaneamente, e que é acionado por um evento aleatório. Não temos como saber se o gato está vivo ou morto, e depois de algum tempo podemos interpretar que o gato poderia estar ao mesmo tempo vivo e morto.

(eu não sou tão simpático ao experimento descrito desta maneira, o gato só está lá por ser um exemplo mundano de algo que pode estar em um estado ou outro; poderíamos chegar no mesmo resultado utilizando uma lâmpada acesa/apagada; mas continuemos)

Conversando com alguns pais no final de semana sobre as crianças acreditarem em coelho da páscoa (a época é propícia, mas acho que o mesmo se aplica a papai noel & cia), cheguei a conclusão de que a opinião de uma criança muitas vezes está neste estado de superposição: apesar de as evidências serem claras, de haver a suspeita dos pais serem a mão por trás dos presentes recebidos, ainda existe aquela fagulha de magia, aquela dúvida, aquele "será mesmo?" da curiosidade infantil. Sem perguntar, sem observar, não temos como ter certeza.

E assim como alguns fenômenos de natureza quântica, a mera observação destes pode alterar o estado do sistema. Perguntar para uma criança: "você ainda acredita em papai noel?" já dá evidência suficiente para que o pequeno tire sua conclusão e altere o estado de sua crença. Perguntar algo para uma criança gera muito mais do que afirmar algo. O pequeno já interpreta o tom, as palavras, a ocasião e constrói um pensamento bem mais complexo do que imaginamos.

Uma frase que eu costumava manter por perto dizia algo assim: "Quando em dúvida entre duas coisas, simplesmente jogue uma moeda. Tanto faz o resultado dela: assim que estiver no ar, você estará torcendo para um dos lados."

Em resumo, sigo apoiando a máxima de que o verdadeiro sábio não está cheio de respostas, mas sim cheio de perguntas. Elas trazem muito mais do que aparentam.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Procrastinador

Pro.cras.ti.na.ção (subst.masc.) - O hábito de executar tarefas menos urgentes ou mais prazerosas a tarefas mais urgentes ou menos prazerosas.

Sim, sou um procrastinador. É meu grande medo, minha grande vergonha. Meu maior foco não está em finalizar projetos, mas em começá-los. Tenho pelo menos uma dúzia que começou e nunca andou mais do que alguns passos.

Não é prazeroso terminar um projeto? Sim, é ótimo, é sentir-se mais próximo da divindade, do criador, de segurar o fruto do trabalho em suas mãos e quase gritar "Parla!". Mas o procrastinador é um medroso, quase um covarde. É portador de uma ansiedade ímpar. Este não é ansioso por ver o final, por chegar logo ao objetivo, por cumprir sua tarefa; é exatamente o contrário. Sua ansiedade brota dos fantasmas que o assombram. E se o projeto falhar? E se minha arte for ruim? E se rirem de mim? E se... ? Talvez em algum ponto perdido do passado isso tenha acontecido. Talvez seja um trauma mal explicado de infância (crianças são cruéis, não duvide). Talvez seja uma leve percepção falha de que o resultado não será o esperado. E, muito pior, ainda existe o medo do sucesso (!), onde um projeto bem sucedido, um elogio, uma promoção geram a expectativa (absurdamente exagerada, diga-se de passagem) de que o trabalho futuro deverá ser sempre acima do passado, sem exceção.

De algum tempo para cá, tenho refletido mais profundamente nestes princípios. Querem saber? É tudo bobagem.

O medo é um tigre de papel, é o homem atrás da cortina. Uma vez dissipado, não passa de um reles rato (para os que não tem medo de ratos...). O procrastinador é muitas vezes uma pessoa inteligente, que tem facilidade para aprender coisas novas. Infelizmente, este não aprende um simples fato: cumprir a tarefa, terminar o projeto, mandar o e-mail que está a dois dias no rascunho, tudo isso demora menos de cinco minutos, evapora a pressão, traz o alívio imediato, só necessita de um pingo ínfimo de força de vontade.

Cinco minutos. Meia dúzia de cliques. Duas linhas de código. Um breve e-mail. Um post com uma imagem. É disso que temos medo? É contra isso que temos que lutar?

Certa vez, sentindo o peso da tarefa não cumprida, do terror iminente, da imbecilidade da minha dificuldade, escrevi em um caderno: "cada dia é uma batalha". Até este momento, eu não terminei aquela frase. "Cada dia é uma batalha contra nós mesmos".

Não mais temerei o que virá. Não mais temerei o fracasso, pois é ele que nos ensina. Fracassarei melhor. Não mais temerei a chacota, a humilhação, ou fazer a coisa certa. Somente temerei ficar parado, ver o tempo se esvair enquanto não produzo o que devo, o que quero, o que sonho. O medo é o assassino da mente.



(este post será expandido em seu devido tempo)